O Millenium - Grande Tribulação já se cumpriu no século 1

Datação

Apocalipse
Evidencia externa
Antípas de Pérgamo, o Martírio do Pré-Milenismo

Como você tem notado, caro leitor, esse não é um livro que apenas cita as discussões por cima, com o intuito de somente informar e não chegar a lugar nenhum. Escrevo esse tópico como uma resposta incisiva e decisiva a qualquer tentativa futurista de tirar o livro de Apocalipse, de sua própria data. Uma das famosas tentativas de tirar o Apocalipse de seu nascimento, é a datação do martírio de Antípas. O argumento apresentado é o seguinte:

"Apocalipse 2:13 fala sobre o martírio de Antípas, que morreu em 92 d.C. Então foi escrito depois, a maioria pensa em torno de 95 d.C. Nero morreu em 68 d.C” - Scott

Scott se baseia em alguma história fantasiosa de um Antípas de Pérgamo que é martirizado e ainda colocado em um aquecido altar de bronze no formado de boi, no templo de Artemis. Segundo Gary DeMar:

"Um cristão do século X chamado Simeão Metafrasta que recolhia histórias de mártires, escreveu que Antípas foi executado por ser selado dentro de uma estátua oca de um touro - feito de latão - que tinha sido aquecido até que estava vermelho quente e que Antípas gritava orações e ações de graças de dentro do touro. De acordo com Metafrasta, Antipas foi martirizado durante o reinado de Domiciano (r. 81-96 d.C.). Por outro lado, alguns historiadores como Philip Schaff e comentaristas da Bíblia como Jamieson, Fausset e Brown duvidam da identificação que Metafrasta faz de Antipas. Eles observam que Metafrasta parece aceitar histórias fantásticas e duvidosas sem merecer uma crítica. Além disso, nenhum registro escrito de Antipas existe desde o tempo entre Apocalipse e Metafrasta; portanto, ninguém pode verificar as fontes de sua história. Por estas razões, aqueles que defendem uma data anterior de Apocalipse (durante o reinado de Nero, 54-68 d.C.) não aceitam o relato de Metafrasta como evidência confiável contra sua posição.Martírio de São Antipas apoia a composição tardia do Apocalipse? - Gary DeMar pg. 10, 11

Além disso Josefo, uma testemunha ocular da destruição de Jerusalém em 70 d.C, relata o assassinato de um Antipas como um dos eventos que cercam a destruição do templo:

“Havia, além disso, outros ladrões que saíram do país, e entraram na cidade, e juntando-se aos que eram pior do que eles, não omitiram nenhum tipo de barbaridade; pois eles não mediram a coragem apenas por suas rapinas e pilhagens, mas procederam até matar homens; e isso não de noite ou de modo particular, nem com relação aos homens comuns, mas o faziam abertamente durante o dia, e começavam com as pessoas mais eminentes na cidade: pois o primeiro homem com quem se meteram era Antipas, um da linhagem real e o homem mais poderoso em toda a cidade, de tal modo que os tesouros públicos foram confiados a seu cuidado”.(Josefo, Guerra dos Judeus, 4.3.4)

Tirando Josefo, não há uma se quer referência confiável sobre o assassinato e vida de Antipas. Glasgow apresenta argumentos mostrando que é provável que o nome “Antipas" possa representar e homenagear todos os mártires que deram a vida por Cristo na perseguição Romana aos Cristãos do século I:

“Quem era Antipas? Nenhum registro é preservado sobre tal pessoa; e há muitas razões para acreditar que esse nome seja alegórico, denotando de acordo com sua etimologia (anti, contra + pas, todos), um opositor de todos os erros. Essa derivação é um pouco ridicularizada, e Hengstenberg foi censurado por adotá-la, por Alford, que arbitrariamente muda para Antipater. Mas, tão pouco encontramos um mártir desse nome, Cocceius e Vitringa supõem que ele denote os Atanasianos [contra mundum = "contra o mundo"]. Estas e outras tentativas de explicação são Igualmente conjecturais. Bengel menciona os martirologos (de épocas posteriores) dizendo tradicionalmente que foi morto por Domiciano. Pool diz: "De Antipa nihil in ecclesiasticis historiis reperio" ("De Antipas não encontro nada nas histórias da igreja"). Mesmo que houvesse tal indivíduo, ele é, evidentemente, no discurso do Senhor, um representante de todos os verdadeiros mártires”[respectivamente:] “Antipas, a faithful martyr at Pergamus in Asia Minor, but we know nothing more of him. And it may be questioned, perhaps, whether Antipas was the actual name of the person referred to, and not rather an epithet indicative of the steadfast resistance he made to the evil-doers and corruptions around him; for the word means against all; and possibly this, like the name Jezebel in the next address, was a designation of character, not a proper name.” Patrick Fairbairn, ed., The Imperial Bible-Dictionary (London: Blackie & Son, 1866), 103. Henry Alford, The New Testament for English Readers (One-Volume Edition) (Chicago: Moody Press, 1950), 1797. Also, see Alford’s four-volume 7th edition: (London: Rivingtons, 1874), 4:569. F. C. Cook, ed., The Holy Bible According to the Authorized Version (A.D. 1611), with an Explanatory and Critical Commentary and A Revision of the Translation, 4 vols. (London: John Murray, 1881), 4:523-524. “The Menologia say, that Antipas was slain under Domitian: the Martyrologia, that he was cast into a heated brazen bull.” John Albert Bengel, Gnomon of the New Testament (Gnomon Novi Testamenti, or Exegetical Annotations on the New Testament), 2 vols. (Philadelphia: Perkinpine & Higgins, [1742] 1860), 2:861. (Glasgow, The Apocalypse Translated and Expounded, 154.)

Os possíveis suspeitos do assassinato de Antipas, segundo Gary, são:

1. os adoradores pagãos e aqueles que lucravam com o negócio do culto aos ídolos; Pérgamo era um poço sem fundo de idolatria pagã assim como sua cidade irmã, Éfeso. Pregar o evangelho nessas cidades era igual a por a prova os deuses adorados pelos contemporâneos de Antipas. Isso fica bem claro com o relato do historiador Lucas em Atos:

“E, naquele mesmo tempo [em Éfeso], houve um não pequeno alvoroço acerca do Caminho. Porque um certo ourives da prata, por nome Demétrio, que fazia de prata nichos de Diana, dava não pouco lucro aos artífices, Aos quais, havendo-os ajuntado com os oficiais de obras semelhantes, disse: Senhores, vós bem sabeis que deste ofício temos a nossa prosperidade; E bem vedes e ouvis que não só em Éfeso, mas até quase em toda a Ásia, este Paulo tem convencido e afastado uma grande multidão, dizendo que não são deuses os que se fazem com as mãos. E não somente há o perigo de que a nossa profissão caia em descrédito, mas também de que o próprio templo da grande deusa Diana seja estimado em nada, vindo a ser destruída a majestade daquela que toda a Ásia e o mundo veneram. E, ouvindo-o, encheram-se de ira, e clamaram, dizendo: Grande é a Diana dos efésios”. (Atos 19: 23-28)

Gary continua:

“Dois homens foram arrastados para o teatro na confusão. Quando o apóstolo Paulo “queria ir à assembleia, os discípulos não o deixariam. Também alguns dos Asiarcas, “funcionários políticos ou religiosos da província da Ásia”, que eram amigos dos seus enviados a ele repetidamente exortou-o a não se aventurar no teatro” (Atos 19:29-31). Provavelmente eles temiam pela vida de Paulo. Uma tentativa de acalmar a multidão de adoradores de ídolos fracassou: “todos unanimemente levantaram a voz, clamando por espaço de quase duas horas: Grande é a Diana dos efésios” (Atos 19:34). Foi somente depois que um oficial civil interveio que a multidão frenética se dispersou (Atos 19:35-41)… O evangelho foi justamente visto como um ataque ao seu sistema de crenças e modo de vida. Não seria surpreendente que o que aconteceu em Éfeso também aconteceu em Pérgamo, mas com resultados desastrosos para alguém como Antipas. Sob este cenário, os adoradores pagãos assassinaram o franco Antipas antes que os oficiais civis pudessem parar a investida…
Os comentários de Albert Barnes são úteis: “Parece também que a perseguição era de caráter local, já que Pérgamo é descrita como "o assento de Satanás"; e a morte de Antipas é mencionada em conexão imediata com esse fato. Todas as circunstâncias referidas levariam a supor que se tratava de um surto popular, e não de uma perseguição levada a cabo sob a autoridade do governo, e que Antipas foi morto em uma excitação popular. Assim, Estêvão (Atos VII) foi morto, e assim Paulo em Listra foi apedrejado até que se supusesse que ele estivesse morto (Atos, XVI, 19)” (Albert Barnes, Notes, Explanatory and Practical, on the Book of Revelation (New York: Harper & Brothers Publishers, 1852), 95-96.)

2. o governo romano que protegia o culto imperial;

“Embora seja verdade que os historiadores, séculos após o fato, cobriram Domiciano como um Sangrento perseguidor dos cristãos, não há nenhuma evidência dos historiadores contemporâneos com seu reinado que o convencessem de dirigir uma perseguição de encontro a eles.
De fato, não há registro literário que justifique uma perseguição de qualquer espécie por parte de Domiciano contra os cristãos.21 Nem Tácito, Suetônio e nem Plínio, que residiam em Roma (Tácito e Plínio eram membros do Senado romano durante o reinado de Domiciano),22 deixaram qualquer registro de qualquer tipo de [uma] campanha contra os cristãos. Isso pareceria estranho, já que Tácito e Suetônio deixaram um registro da perseguição de Nero contra os cristãos. Não seria uma perseguição dirigida contra os cristãos da magnitude acima descrita um lugar nos registros históricos desses e de outros escritores? E por que Plínio, que era membro do Senado durante o reinado de Domiciano, ignorava os crimes precisos dos quais os cristãos eram culpados e como eles seriam condenados e punidos, uma vez que tais julgamentos de cristãos teriam ocorrido no Senado? Ele escreveu a Trajano, seu imperador: “Eu nunca participei de julgamentos (cognições) dos cristãos; consequentemente, não conheço os precedentes a respeito da questão da punição ou da natureza da inquisição”.
21James Moffatt, “The Revelation of St. John the Divine,” The Expositor’s Greek Testament, ed. W. Robertson Nicoll, 5 vols. (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1956), 5:311. Merrill C. Tenney, New Testament Survey, rev. Walter M. Dunnett (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1985), 10-11; Stewart Perowne, Caesars and Saints (New York: W.W. Norton, 1963), 83-84. 22Elmer T. Merrill, Essays in Early Christian History (London: Macmillan and Co., 1924), 150. 23Merrill, Essays in Early Christian History, 150. 24F. F. Bruce, New Testament History (New York: Doubleday Anchor Books, 1969), 423.

Como poderia um homem de seu passado político ter sido tão ignorante do que fazer aos cristãos se houvesse uma perseguição sustentada e dirigida contra eles durante o reinado de Domiciano?”

Essa argumentação reforça que, caso Antipas tenha sido morto pelo Império Romano que protegia seus adoradores, isso ocorre no período em que Nero começa a grande perseguição contra os cristãos, visto que nem mesmo Plínio, que era membro do senado no período de Domiciano, sabia da origem e o porque das perseguições.

3. Aqueles “que dizem que são judeus e não são, mas são uma sinagoga de Satanás” (Apocalipse 2:9; 3:9).

Aqui vai alguns dos relatos bíblicos de como os Judeus no Novo Testamento já eram assassinos e talvez possam ser os que mataram Antipas:

“Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira”. (João 8:44, também ver 8:38, 41)

“Embora Saulo estava de acordo com a morte dele. E naquele dia uma grande perseguição começou contra a igreja em Jerusalém, e eles foram todos espalhados por todas as regiões da Judéia e Samaria, exceto os apóstolos... Mas Saulo começou a devastar a igreja, entrando casa após casa, arrastando homens e mulheres, e os pôs na prisão”. (Atos 8:1-3)

“E, quando já era dia, alguns dos judeus fizeram uma conspiração, e juraram, dizendo que não comeriam nem beberiam enquanto não matassem a Paulo. E eram mais de quarenta os que fizeram esta conjuração. E estes foram ter com os principais dos sacerdotes e anciãos, e disseram: Conjuramo-nos, sob pena de maldição, a nada provarmos até que matemos a Paulo. Agora, pois, vós, com o conselho, rogai ao tribuno que vo-lo traga amanhã, como que querendo saber mais alguma coisa de seus negócios, e, antes que chegue, estaremos prontos para o matar”. (Atos 23: 12-15)

Tiago estava referindo o que Jesus havia dito no Monte das Oliveiras que “o sinal do Filho do Homem aparecerá no céu, e então todas as tribos da terra chorarão, e verão o FILHO DO HOMEM VINDO NAS NUVENS DO Céu com poder e grande glória” (Mateus 24:30). Tiago é relatado por ter dito aos líderes religiosos judaicos:

“[Jesus] está agora sentado nos céus, à direita do grande Poder, e está prestes a vir sobre as nuvens do céu”.

Eusebius’ Ecclesiastical History, “The martyrdom of James, who was called the brother of the Lord,” 2.23 (Grand Rapids, MI: Baker, 1958), 77-78. The same account can be found in volume 8 of the Ante-Nicene Fathers, 763.

Tertuliano (155-240 d.C.) é a fonte não-bíblica mais antiga que menciona Antipas. Ele menciona-o em seu trabalho contra o gnosticismo, Scorpiace: Antidote for the Scorpion’s Sting (Cap. 12). Curiosamente, ele não menciona como ele morreu, quando ele morreu, ou quem o matou. Não há menção de Domiciano como o culpado. Há uma cópia do século VI de uma tradução siríaca da Bíblia que afirma que o Apocalipse foi revelado a João durante o reinado de Nero, que morreu no ano 68 d.C.:

não-bíblica mais antiga que menciona Antipas.

A Revelação, que foi feita por Deus a João Evangelista, na Ilha de Patmos, à qual foi banido por Nero, o Imperador.
(O Martírio de São Antipas apoia a composição tardia do Apocalipse? - 23, 28)
Acredito ser suficiente para entendermos que o martírio de Antipas é o martírio do Pré-Milenismo.

Datação Neroniana

Há uma grande importância na determinação da data de Apocalipse, pois se o livro em questão é datado antes da destruição do Templo e da Cidade de Jerusalém teremos a certeza de que João está profetizando sua devastação com símbolos, como ocorreram diversas vezes no Antigo Testamento. Defenderemos nesse tópico a datação mais plausível no que diz respeito ao escrito apocalíptico de João. A datação “Nerodiana” e também conhecida como “Mais Antiga” será o alvo de explanação.

“por muito tempo, os comentários populares têm posto de lado a evidência para a data antiga de Apocalipse. A despeito da opinião majoritária dos estudiosos atuais, a evidência de uma data antiga para Apocalipse é clara e convincente” Kenneth L. Gentry

Irineu, bispo de Lyon, na França, que viveu aproximadamente entre 130 a 200 d.C. escreveu:

“Se fosse necessário ter seu nome distintamente anunciado no presente tempo, sem dúvida teria sido anunciado por aquele que viu o Apocalipse; pois não foi muito antes disto que ele foi visto, mas quase em sua própria geração, nos fins do reinado de Domiciano”.

Mateus Fonseca Souza em seu artigo sobre a datação de Apocalipse, comenta que, “segundo “à declaração acima, estudiosos têm reconhecido que não é possível determinar se Irineu queria dizer que João foi visto pelo tutor de Irineu, Policarpo, ou se “o Apocalipse foi visto nos fins do reinado de Domiciano”. Tal ambiguidade destrói este argumento como evidência. Mesmo Eusébio, que registrou essa declaração, duvidava que João, o apóstolo, tinha escrito do livro de Apocalipse. O ponto aqui é o seguinte: se a declaração não foi forte o suficiente para convencer Eusébio que João tinha sequer escrito Apocalipse, por que muitos pensam hoje que ela é forte o suficiente para convencer a alguém que o apóstolo viu tal livro durante o reinado de Domiciano (95 d.C.)? O mínimo que se pode dizer é que esse argumento é fraco.”

Outros que comentam sobre a declaração dizem: “Sua citação (de Eusébio) nem sequer menciona ‘a escrita’ de Apocalipse, mas refere-se somente ao tempo quando certas pessoas anônimas alegavam ter visto o apóstolo ou a profecia, ninguém sabendo qual. Isso não prova nada. E mais: isso se ele quis dizer que o Apocalipse foi visto, e se o que estava originalmente contido na citação pudesse ter referência à tradução grega, se é que de fato referia-se ao Apocalipse. Aí vai se embora o caso todo para a data mais antiga” (Commentary on Revelation, Burton Coffman, p 4).

A confiabilidade de Irineu cai quando ele mesmo diz: “...mas a idade de 30 anos é a primeira da mente de um jovem, e que essa alcança até mesmo os quarenta anos, todo o mundo concordará: mas após os quarenta e cinquenta anos, começa a se aproximar da idade velha: na qual o nosso Senhor estava quando ensinou, como o Evangelho e todos os Anciãos testemunham…(Citado em Before Jerusalem Fell, Kenneth L. Gentry, p. 63).

Podemos confiar no testemunho de um homem que diz que Jesus ensinou por 15 anos e que tinha cinqüenta anos de idade quando morreu? Todavia, basicamente existe apenas o seu testemunho para a data mais antiga!

O “Tirano” reforça a datação antiga de Apocalipse